quarta-feira, 15 de julho de 2009

Resgatando uma Identidade




“Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra
o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho;
trata-me como um dos teus empregados.” Lc 15.18-19



Dentre tanto acontecimentos, situações de calamidade na vida das
pessoas, algo que sutilmente atinge o ser humano, trazendo prejuízos
psicológicos, emocionais e espirituais, tem muito haver com o que
chamamos de identidade.

Um correto mensuramento de perdas que temos na vida, traz uma real
dimensão da motivação que teremos para realizar o resgate dessas
perdas.

No capítulo 15 de Lucas, podemos avaliar situações diferentes, com
resoluções também diferentes, mas com aspectos que se assemelham as
perdas e resgates.

A revelação do evangelho traz uma realidade vivida na igreja primitiva
que foi se perdendo. Podemos afirmar ao que o evangelho se refere como
igreja, foi perdendo sua identidade.

Uma igreja que de apostólica, passou a ser perseguida, nos mostra uma
ovelha perdida, e que ficou se perdendo na sua inocência.

Mas Jesus como “Bom Pastor”, levantou aqueles aos quais conhecemos
como reformadores, resgatando a identidade da igreja.

Ainda em Lucas 15, vemos uma mulher que perde uma dracma(moeda). Essa
dracma era parte de um colar recebido pela mulher a qual se desejava
casar. O valor monetário da moeda era incomparável ao valor de honra,
ao valor sentimental que aquele colar representava.

Acredito que essa reforma na igreja foi como um “atavio” de noiva,
como um colar de dracmas a fim de honrá-la. Vejo a perda dessa
dracma como a obstinação de uma perfeita teologia e como conseqüência
a perda de valores por displicência.

Mas Jesus como o noivo que ama incondicionalmente sua noiva, a motiva
a acender a candeia(o óleo é por conta Dele...). levantou homens como
Jonathan Edwards, João Wesley, para que a honra da sua noiva fosse
resgatada !

A revelação que entendo trazida pela parábola do filho pródigo à
igreja, me choca.

Vejo uma igreja que nasceu no coração do Pai, que por Ele foi criada.

Mas quando a mesma deixa de ser criança, entende que o Pai é poderoso,
dono do ouro e da prata, é justo, maquina no seu coração um plano de
sua independência.

- Pai, me dá um pouco do seu poder, da sua riqueza, ou melhor, me dá
metade de tudo, e me permita usar isso como bem quero!

Exatamente isso que muitas igrejas estão vivendo. Trocam o cuidado do
Pai por bens.

Negociam a paternidade por meios de comunicação, que se tornam
verdadeiras torres de babel, ou seja, lugar de confusão. Negociam o
afeto do Pai, por uma visão de multiplicação, de conquista terrena,
que traz uma vida dissoluta.

Tudo isso movido por um grande mal chamado ORGULHO.

Mal que derrubou a Saul de um reinado, enlouqueceu nabucodonosor,
enforcou a hamã, mal que satanás encheu o coração da mulher no Éden.
Mal que assolou a mente de um filho, e o fez dizer: - Pai, não preciso
de você !

Essa é a realidade de muitas igrejas, estocando benção do Pai, e
deixando o órfão, o necessitado sem apoio, refletindo sobre tudo uma
identidade que não é a do Evangelho, apesar de se nomenclatuarem
“evangélicas”.

A ovelha foi encontrada e dracma achada, e como será com esse filho?

A ovelha por si não tinha como se achegar ao rebanho, nem a dracma ao
colar, por isso foram incondicionalmente resgatados, mas absolvição do
orgulho só desencadeia-se através de uma atitude.

“ E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e
buscar a minha face, e se desviar dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.” 2
Cr 7.14

Ou seja, o coração do Pai sempre esta á aberto para uma atitude
chamada HUMILDADE.

Humildade é o caminho do resgate da identidade com nosso Pai, com nosso Deus !

“ Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e
apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos, ao único
Deus, nosso Salvador, por Jesus Cristo nosso Senhor, glória,
majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, e agora, e para
todo o sempre. Amém.” Jd 1.24-25

Que Deus nos abençoe !

Claudio